A espiritualidade da Família FFCIM encontra expressão do seu fundamento na frase de São Paulo: «Não sou mais eu quem vive, é Cristo que vive em mim» (Gal 2,20).
Esse texto de Paulo é precedido por um fundamental passo que é a prerrogativa essencial para que Cristo possa agir livremente naquele que Lho permite: «fui crucificado com Cristo». Do mesmo modo que para Paulo, o caminho espiritual que os membros da Família colegialmente vivem, procede de um progressivo desligamento de si mesmos operado através da ação do Espírito e da resposta positiva confiante do consagrado. Essa resposta é dada dentro de uma vida comunitária na qual eles progressivamente descobrem os próprios limites, aprendem a amá-los e entregá-los para que triuinfe a graça superabundante de Deus que é amor gratuito que transforma. Assim, aos poucos, livre de si mesmo, o consagrado aprende a deixar agir Deus na própria vida, tanto mais intensamente quanto mais ele for livre de si mesmo, do próprio “eu” para que o Senhor possa continuar a Sua ação salvadora através daquele que a Deus se consagra.
Portanto, entre as virtudes sobre as quais se rege a vida dos FFCIM prima a humildade, que é a verdade sobre si mesmo. A verdadeira humildade não é um sentimentalismo, mas sim uma atitude constante que permite, através de uma sincera averiguação do coração operada dentro da comunidade, de olhar sempre menos a si mesmo e olhar para Deus, como centro da própria vida.
Deus não age nas profundezas de uma alma de modo isolado. Paulo escreve aos cristão de Corinto definindo-os como «aqueles que estão em Cristo e são santificados em Cristo» (1Cor, 1,1s). A Expressão “em Cristo” para o Apóstolo, significa: “na comunidade onde está Cristo vivo que age”. Do mesmo modo o Concílio vê a salvação não como um fator privado, mas sim como um evento comunitário: “Deus quis santificar e salvar os homens não individualmente” (cfr. LG 2,9).
Tendo como base essa visão do caminhar da fé, os consagrados FFCIM não buscam apenas “a própria santidade” entendida como uma qualidade alcançada de modo individual, isolado, privado, mas sim da inteira Família religiosa. Isso se torna tanto mais eficaz quanto mais os membros fundem-se entre si mesmos para se tornarem «uma só coisa» (Jo 17,11) como Jesus pediu.